Cabine C

Um dos grandes Grupos de rock dos anos 80. Suas músicas foram bastante executadas na Rádio Fluminense FM entre elas: Pânico e Solidão, Tão Perto, Neste Deserto e Fósforos de Oxford. Lançaram um disco "Fósforos de Oxford" com onze trilhas:

  • 01) Pânico e Solidão
  • 02) Lapso de tempo
  • 03) Anos
  • 04) Jardim das Gueixas
  • 05) A queda do solar de usher
  • 06) Lágrimas
  • 07) Opus 2
  • 08) Tão perto
  • 09) Soldadas
  • 10) Neste Deserto
  • 11) Fósforos de Oxford

CIRO PESSOA - Voz, guitarra e violão 12 cordas
ANNA RUTH - baixo
WANIA FORGUIERI - teclados
MARINELLA 7 - bateria

 

Biografia:

Patrocinado pela banda de maior sucesso no país, o LP do Cabine inaugura o selo em que o RPM vai investir os trunfos de seu prestígio, um dos grupos prediletos dos porões paulistanos parte para enfrentar o grande público Fósforos de Oxford - Título do primeiro LP do Cahine C, talvez os tire da obscuridade. Depois de passar dois anos navegando pelas tortuosas agitas do underground paulistano, o grupo aportou no recém-inaugurado selo RPM Discos e agora parte não se sabe para onde... Vamos ser jogados aos leões. Não sabemos se vamos domá­los ou ser comidos, diz Ciro, vocal e guitarra da banda. A dúvida é plausível. Afinal algum ouvido menos educado poderia, de cara, tachá-los com aquela palavrinha que tanto tem incomodado os que têm um mínimo de informação: dark. A bem da verdade, o som do Cabine pode parecer sombrio, o que é determinado, principalmente pelos arranjos, letras e voz dc Ciro Pessoa. Ele olha sóbrio para a questão e responde: Faz parte da natureza da minha arte. Sempre foi desse jeito. O Cabine define assim sua estetíca musical: A gente obedece a um certo clima que cada instrumento evoca uma escala das cores diz Marinella 7. Cada música tem um momento redondo: o nascer e o anoitecer do dia... Branco, amarelo, lilás, azul completa Vãnia, gosto do nome Fósforos de Oxford que dá uma luminosidade às idéias: à luz de fósforos, emenda Anna Ruth.O nome do grupo remete à cabine "C" de um navio que parte... "E percorre um roteiro. Passa pelo Oriente Médio na música que dá título ao LP: Buenos Aires no tango Lapso de Tempo: ou Japão através de Jardim das Gueixas fala Ciro. Wania brinca: A gente sempre leva a bússola para não se perder. De outro lado, têm-se as referências literárias fortemente presentes neste repertório.Edgar Allan Poe inspirou versos e um conto seu deu título a uma música: A Queda do Solar de Usher. Do Oriente, Nagarjuna, autor anterior a Buda, deu a tonalidade em "Neste Deserto.Fora esses imortais, aparecem, vivinhos da silva: Akira S, criando um timbre todo especial com seu stick em Jardim das Gueixas, e Fernando Deluqui, contribuindo com uma guitarra rascante em Tão Perto. Luís Schiavon mostrou ser um bom produtor, não interferindo na sonoridade original do grupo. Dos tripulantes desse navio, talvez o mais conhecido seja Ciro Pessoa (vocal; guitarra; letras). Isso porque, sem dó, ele foi instituído ídolo dark local pelo caderno cultural de um diário paulista no que saiu à caça de "figurinhas" para suas matérias de primeira página. Quem viu e sabe do assunto se assustou ao ver a cura de Ciro tomando quase que a página toda, e o letreiro enorme: DARK. Melhor nem lembrar este tipo de incidente, para não despertar os falsos vampiros... (fora isso, Ciro também já fez parte dos Titãs). Anna Ruth (ex-Akira S, baixo) parecia mostrar alhos e crucifixos quando, ao ouvirmos todos juntos a fita deste LP, envergava o corpo numa coreografia sensual... - "Ela é nossa professora de dança", sorri Ciro. Quem segura as baquetas é Marinella 7, de formação erudita, bem aparente no som do Cabine. Wania fica com os teclados, criando climas bem peculiares e de rara competência. Ao contrário dos atuais tecladistas, que impoêm timbres grandiloqüentes, Wania se apropria dos espaços, de forma sutil e económica. Além deste LP e a intenção de cair na estrada com um show bem produzido necessário para que os climas redondos fiquem bem visíveis, o Cabine já está testando outras sonoridades. O som está mudando. Não sabemos ainda para onde vamos, mas é uma coisa natural mudar, se aprimorar. E isso está acontecendo com cada um de nós. Daqui a pouco vamos saber o que é, explica Vânia. Enfim, tudo está ainda meio nebuloso. Mas logo as nuvens se dissiparão, mostrando o próximo porto uma inspiração a mais. Já em terra firme, a conclusão poderia ser: "Os tigres que já enfrentei agora cuidam de mim", como diz Ciro em "Jardim das Gueixas".

Revista BIZZ - 1983 - Sonia Maria

 

Letras:

Pânico e Solidão

Passageiro de um navio perdido em alto mar olha pela escotilha o mundo se afastar Precisa de um continente para lhe abrigar jatos vão cruzando os ares invadindo os céus bússolas de precisão não sabem lhe dizer em que ponto do oceano ele foi se perder Rádios em dissintonia tentam lhe dizer existem muito poucas chances de sobreviver pânico e solidão a bordo do navio Pânico e solidão Pânico e solidão Pânico e solidão... a bordo do navio

Lapso do Tempo

Olho da janela Noites viram dias dias de chuva dias de sol olho da janela o tempo está passando medo e aventura no rastro desta espécie esquecimentos, mitos e glórias olho da janela o tempo está passando

Anos

Anos O que é que eu tenho feito todos estes anos? D-D-D.

Jardim das Gueixas

Sentado em cima da pedra vejo clarões no céu Nos sonhos que já sonhei me encontro neste lugar Entre orquídeas e pontes cores a decifrar Jardim das gueixas o sonho leva as minhas mãos Os tigres que já enfrentei agora cuidam de mim As mãos que pegam nas minhas me convidam pra ver Os raios de um sol cool passando pelos vitrais Jardim das gueixas o sonho leva as minhas mãos.

Lágrimas

Você me quis quando eu te quis quando eu queria ter quase tudo e não sabia que algum dia eu só ia quere você o tempo voa neste romance e o tempo todo vou ao seu lado olhando tudo com os seus olhos quase não consigo mais ver lágrimas em frente à TV lágrimas em frente à TV lágrimas em frente à TV

Tão perto

Nosso amor está aqui longe e perto de nos não se perca uma vez não se perde um amor não se acha um amor não se acha um amor entre coqueiros andei e numa praia parei agora vendo o mar posso dizer pra você um amor só se acaba se não se acha o amor estou tão perto de tudo estou tão perto de nada Tão perto de tudo Tão perto de nada perto de tudo perto de nada

Soldadas

A guerra está na Coréia A guerra está no nariz A guerra está no falar A guerra está nos ares Soldadas marcham pra guerra Soldadas lutam nos ares Soldadas querem se armar Soldadas estão nos ares Guerra nos ares, soldadas nos ares. A guerra somos nós dois A guerra são eles três A guerra está no falar A guerra não se acaba Soldadas lustram fuzis Soldadas lutam nos ares Soldadas querem se armar Soldadas estão nos ares Guerra nos ares, soldadas nos ares.

Neste Deserto

Sei que te amo mas isto é pouco pode ser tudo mas tudo é nada neste deserto neste inverno meu corpo esfria melhor à noite mas noite é dia neste deserto

 


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