David Bowie

Com uma carreira que começou nos finais da década de 60 e que hoje continua com invejável vitalidade, é sem dúvida um dos mais influentes artistas do mundo ainda em actividade.

Nascido David Jones, em Inglaterra, mudou de nome quando Davy Jones (dos Monkees) começou uma carreira a solo, em 1966, um ano antes de lançar o seu primeiro álbum, "David Bowie".
Familiarizado com a música desde os 13 anos, idade com que aprendeu a tocar saxofone, Bowie afirmou várias vezes que sempre quis ser artista, e sabia que seria famoso. Só não sabia que área escolher para se destacar, já que a representação e a pintura eram outras artes em que tinha grande interesse. Para Bowie, o problema por vezes era concentrar-se apenas numa coisa de cada vez, razão pela qual a sua carreira está marcada por tantos altos e baixos. Logo a seguir ao seu primeiro disco, fundou uma companhia de mímica, em 1969, que teve uma curta vida e levou Bowie a fundar o Beckenham Arts Club no mesmo ano. A música, nesse tempo, servia para alimentar este projecto, daí que assinasse com a Mercury para lançar "A Man of Words, a Man of Music", que lhe traria o seu primeiro êxito com o single "Space Oddity" (N.E.: A música "Space Oddity" foi o fundo musical das imagens exibidas pela BBC dos astronautas norte-americanos descendo na Lua, em 1969). Isto fez Bowie decidir-se pela música, começando a acompanhar as digressões dos T.REX do seu amigo Marc Bolan.

Formou os Hype, banda que não durou mas que lhe trouxe uma importante amizade: a de Mick Ronson, um guitarrista que seria muito influente nos álbuns seguintes de Bowie.
O primeiro foi "The Man Who Sold the World", onde predominava o rock pesado e épico. Seguiu-se "Hunky Dory", mais pop que o seu antecessor e o primeiro grande clássico de Bowie, onde se destacava o profético single "Changes".
Estava quase pronta a encarnação mais mediática do cantor, inspirada pelo "Glam" e desafiadora dos estereótipos machistas do rock, que já cansavam o público e crítica.
Com o cabelo pintado de laranja, Bowie apresentou-se ao mundo como Ziggy Stardust, uma estrela de rock marciana e bissexual, acompanhada em palco pela banda Spiders From Mars. "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars", de 1972, foi o grande salto de Bowie para a fama, ou pelo menos notoriedade. O músico aproveitou para logo lançar um novo trabalho, e um novo personagem: "Aladdin Sane".

David Bowie como Ziggy Stardust

Este disco foi feito em 1973, ano em que Bowie se sentia no auge da sua energia, pelo que ainda produziu "Transformer", "Raw Power" e "All the Young Dudes" para ajudar a ressuscitar, respectivamente, Lou Reed, Stooges e Mott the Hoople. O excesso de trabalho esgotou Bowie, que depois de fazer um álbum de "covers", "Pin Ups", anunciou a separação da sua banda e o seu afastamento temporário dos palcos. Concentrou-se num álbum inspirado no romance "1984" de George Orwell, mas por motivos legais teve de chamar o disco "Diamond Dogs", que quando saiu em 1974 foi um fiasco junto da crítica, à excepção do single "Rebel Rebel". Na digressão americana deste álbum, Bowie ficou obcecado com a música "Soul", o que resultou em nova mudança de imagem e no lançamento de "Young Americans" em 1975, onde se destaca o single "Fame" escrito com John Lennon. Já que estava nos EUA, Bowie resolveu ir até Los Angeles, para preencher outra paixão, e conseguiu o seu primeiro papel num filme. Ainda em LA gravou "Station to Station", antes de se aborrecer com a vida em Hollywood e, uma vez mais cansado e gasto pelo abuso de cocaína, voltou a Londres. À chegada a Inglaterra, saudou os fãs em pose nazi: estava desligado da realidade e os media certificaram-se de que pagaria o preço por isso.

David Bowie refugiou-se em Berlim, com Brian Eno, para descansar e procurar um novo caminho. O resultado foi prolífico: "Low" e "Heroes", dois dos seus melhores álbuns, saíram em 1977, ano em que ainda produziu Iggy Pop em dois discos e acompanhou-o em digressão. Fez mais um filme, ainda em 77, e preparou uma digressão mundial que resultou num álbum ao vivo, "Stage", de 1978. De novo com Eno, gravou outro álbum, "Lodger", de 1979, e encerrou o seu contrato com a RCA e o seu melhor período musicalmente com "Scary Monters", de 1980
A partir daqui, embora começasse os anos 80 com grandes sucessos de bilheteira, Bowie perdeu alguma concentração na música. Dedicou-se à representação, à parte alguns singles como "Under Pressure", com os Queen, e só em 1983 voltaria a lançar um álbum, depois de assinar pela EMI. "Let´s Dance" foi um grande regresso comercialmente, mas apresentava uma imagem tão "clean" que os fãs de Bowie mal o reconheciam: estava demasiado comercial. Algo confuso, deu seguimento a esta fase com "Tonight", que fora o single "Blue Jean" foi ignorado, e confirmou-se o mau momento com "Never Let Me Down", de 1987, um novo fiasco. Para salvar a década, restava a Bowie repescar o seu catálogo da RCA para uma compilação acompanhada de digressão mundial: "Sound + Vision", anunciado como a despedida de Bowie às suas antigas personagens, foi finalmente um regresso ao sucesso, embora traçado em linhas óbvias.
Durante os anos 90, David Bowie esforçou-se demasiado por soar moderno. Criou uma banda de rock que não foi longe, os Tin Machine, com quem fez dois discos. Depois, em 1993, lançou "Black Tie, White Noise", que soava melhor do que as tentativas anteriores de regresso à forma, mas sofreu devido à falência da etiqueta que o lançou, a Savage, da RCA.
De novo com Brian Eno, fez "Outside" em 1995, ao qual se seguiria "Earthling" em 1997: mais duas tentativas de acompanhar as novas sonoridades, como o techno e o drum'n'bass. No entanto, seria com o mais simples e despojado álbum em muito tempo que David Bowie voltaria ao seu melhor, "Hours", de 1999.
Em 2001, surge um novo documento surpreendente, restrospectivo da obra de Bowie, "All Saints - Collected Instrumentals 1977-99", álbum centrado, como o título indicia, em instrumentais. São versões que vão desde os históricos álbuns "Low" e "Heroes" ao mais recente "Hours...". Pairam a sombra de Brian Eno e, acima de tudo, os ares de Berlim.

Em Junho de 2002, o camaleão regressa aos originas, com "Heathen", onde David Bowie regressa ao formato-canção. "Heathen" vem confirmar que é fácil perceber que não há dois álbuns iguais de David Bowie. Neste álbum, o artista regressa um pouco atrás, às canções simples, sem grandes massas sónicas e efeitos demasiado colados a qualquer forma musical "mais em voga". Um dado importante nesta mudança de atitude talvez seja o que se passou nos últimos tempos na carreira de David Bowie, já que o artista decidiu abandonar a Virgin, e criar uma nova editora, a ISO, através da qual já foi lançado "Heathen". Aliás a ISO, sediada em Londres e em Nova Iorque, já assinou também dois novos projectos (uma banda e um artista a solo) e será responsável por todas as futuras edições de David Bowie. Com todas estas mudanças de estratégia, Bowie aproveitou para elaborar um álbum conceptual, onde arrisca mas não deixa ninguém indiferente. O resultado é "Heathen", um trabalho que conta com Tony Visconti, produtor que colaborou anteriormente com David Bowie, em álbuns marcantes como "Diamond Dogs", "Young Americans" e "Heroes".

Em Julho de 2002, Bowie vê ser editada uma edição comemorativa de "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spiders Form Mars", uma das mais importantes reedições do ano, com o selo da EMI. Este lançamento assinalou o 30º aniversário da edição original do mesmo álbum.
Só que esta nova edição tem dois CD's: o primeiro é o CD original, e o 2º inclui 12 faixas extras de gravações realizadas na mesma altura da gravação do álbum que marcou e continuará a deixar marcas na música pop.
Trata-se de uma edição de coleccionador que também inclui um "booklet" de 36 páginas com comentários de David Buckley (autor do livro "The Complete Guide To The Music Of David Bowie").

Biografia VOXPOP

Discografia:
Alguns álbuns possuem capas diferentes das que saíram no Brasil.


David Bowie (1967)

Space Oddity (1969)

The Man Who Sold The World (1970)

Hunky Dory (1971)

The Rise & Fall Of Ziggy Stardust & The Spiders From Mars (1972)

Aladdin Sane (1973)

PinUps (1973)

Diamond Dogs (1974)

Young Americans (1975)

Station To Station (1976)

Low (1977)

Heroes (1977)

Lodger (1979)

Scary Monsters (1980)

Let's Dance (1983)

Tonight (1984)

Never Let Me Down (1987)

Black Tie White Noise (1993)

The Buddha Of Suburbia (1993)


Outside (1995)

Earthling (1997)

Vinil1

Vinil2
Hours... (1999)

Bowie At The Beeb (2000)

All Saints (2001)

Christiane F (2001)
(Wir Kinder Vom Bahnhof Zoo)
?????
Toy
(2001)

Heathen (2002)

Best Of Bowie (2002)


Reality (2003)
     

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